Comemoramos neste mês de maio o Dia Internacional Contra a LGBTfobia, uma luta que vem aos poucos garantindo direitos e espaço na sociedade para a comunidade LGBT+. Graças aos crescentes debates e discussões que aconteceram nos últimos anos sobre diversidade e sua importância em diferentes setores da nossa sociedade, podemos verificar um novo cenário de inclusão no mercado de trabalho.
Apesar de ainda apresentar desafios e um longo caminho até a perfeita inclusão e valorização desses profissionais, o mercado está se mostrando mais consciente e disposto a colaborar para que essas mudanças aconteçam.
Conscientização
Grandes empresas estão desempenhando um papel importante na luta contra o preconceito e discriminação no mercado de trabalho. Através de ações e comitês internos que direcionam suas atividades para a manutenção do tema, multinacionais de diferentes segmentos estão colaborando para a criação de um ambiente respeitoso e adequado para o desenvolvimento profissional de seus colaboradores, independente da sua identidade de gênero e orientação sexual; trabalhando inclusive com o apoio de iniciativas criadas pela própria comunidade.
Para Gabriela Augusto, Diretora Fundadora da Transcendemos, empresa de consultoria sobre diversidade e inclusão LGBT+, ainda existe resistência, mas muitas empresas já estão dando o primeiro passo.
“Quando comecei o meu trabalho com a Transcendemos em 2017, o cenário de Diversidade e Inclusão era completamente diferente. Por mais que houvesse iniciativas expressivas desenvolvidas por grandes empresas no exterior, aqui no Brasil quase não se falava disso. Felizmente, hoje em dia as empresas estão cada vez mais conscientes de que D&I é um tema estratégico e traz grande valor para os negócios.”
Empoderamento
A pesquisa #ProudAtWork, realizada pelo LinkedIn em 2019, mostrou que 50% dos profissionais LGBT+ entrevistados já se posicionam abertamente sobre sua orientação sexual e identidade de gênero no ambiente de trabalho. Dos outros 50%, 25% afirmam que alguns colegas sabem sobre sua orientação.
Na visão de Gabriela, o progresso da D&I está diretamente ligado ao empoderamento das minorias:
“Nos últimos anos, foram publicados importantes estudos que demonstraram o valor da Diversidade e Inclusão para os negócios. (…) Pessoas que fazem parte de minorias sociais, como LGBTs, negros e pessoas com deficiência também estão se empoderando cada vez mais e tomando consciência de seus direitos. Na minha opinião, todo esse conjunto de fatores nos trouxe os avanços que presenciamos nos dias atuais”.
Recursos Humanos
Para o recrutador Ramon Cardoso, integrante do time de seleção do Grupo Meta RH, o Recursos Humanos deve ser visto como um aliado na luta contra o preconceito; pois também tem uma participação importante e necessária na busca pela conscientização e valorização de profissionais LGBT+.
O RH deve assumir postura de conscientização e formação de pessoas. (…) O RH deve conscientizar a importância de se trazer classes que são minorias para desenvolvê-las, instruí-las e formar grandes profissionais. É um erro sempre querermos alguém pronto, mas qual o nosso papel? Se buscamos tantos gestores que desenvolvam pessoas, porque o RH em si busca por alguém desenvolvido? Acredito que esta reflexão deve ser feita e, a partir de então, assumir uma postura ativa na erradicação do preconceito.
Confira também: Gestão de Pessoas e Recursos Humanos | Elizabeth Rodrigues | Meta News #03
Seguindo em frente
Apesar da crescente conscientização sobre o tema em diferentes setores da sociedade, ainda existem obstáculos que precisam ser vencidos para que esse progresso continue em frente.
Ainda segundo o estudo Pround At Work, 81% dos profissionais LGBT+ acreditam que o mercado ainda precisa caminhar muito para que se sintam inteiramente acolhidos no ambiente profissional.
Para que o cenário ideal aconteça, Gabriela destaca a importância de cada empresa entender seu ambiente e buscar o apoio necessário para que o primeiro passo seja dado.
“Eu sempre digo que não existe uma solução one-fits-all quando o assunto é Diversidade. É preciso entender quais são as dores específicas de cada negócio. Um banco de investimentos pode demandar uma estratégia completamente diferente de uma startup-up, por exemplo. Nesse sentido, é importante que se tenha o apoio de uma consultoria com boa expertise no tema, como a Transcendemos.”
Conheça mais sobre o trabalho realizado por Gabriela Augusto em prol da Diversidade e Inclusão; acesse Transcendemos.com.br
Autor: Lucas Vicente