Impacto da liderança na saúde mental: 7 estratégias para cuidar do bem-estar da equipe

Se cuidar da saúde mental das pessoas colaboradoras ainda não é uma prioridade na sua empresa, está na hora de recalcular a rota: de 2020 a 2023, o número de trabalhadores brasileiros afastados pela Síndrome de Burnout quadruplicou.

Apesar de impressionante, vale dizer que esse dado é apenas a ponta do iceberg. Transtornos como ansiedade, estresse e depressão também estão afetando muitas pessoas ao redor do mundo.

Diante desse cenário, te convidamos a refletir sobre o papel das organizações — e, especialmente, das lideranças — nessa questão. Afinal, contar com bons líderes é um dos primeiros passos para enfrentar esse desafio de frente!

Liderança e saúde mental: uma relação bem estreita

Você já deve ter ouvido que líderes têm um papel essencial na construção de ambientes de trabalho saudáveis e acolhedores, certo?

Mas, recentemente, um estudo conduzido pelo Workforce Institute trouxe dados concretos sobre essa relação. 

Ao consultar mais de 3 mil pessoas colaboradoras e gerentes em 10 países, a pesquisa revelou que:

• 60% das pessoas entrevistadas acreditam que o trabalho é o principal fator que afeta sua saúde mental;
• Os gestores têm um impacto na saúde mental das pessoas colaboradoras comparável ao de seus cônjuges (ambos 69%) e ainda maior do que o de seus médicos (51%) ou terapeutas (41%).

Além disso, 7 em cada 10 profissionais entrevistados disseram que gostariam que sua empresa e seus gestores fizessem mais para apoiar a saúde mental no ambiente de trabalho.

Como isso se dá na prática?

Por trás dos números apresentados acima, há muitos fatores que precisam ser levados em conta. Isso porque o adoecimento mental das pessoas colaboradoras geralmente está ligado a questões como:

• Sobrecarga de trabalho;
• Conflitos, assédio e falta de apoio entre colegas e líderes;
• Falta de reconhecimento ou autonomia;
• Ausência de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Como você já deve saber, todos esses pontos têm uma conexão direta com o desempenho e estilo da liderança.

A boa notícia é que, da mesma forma que líderes podem intensificar esses desafios, eles também têm o poder de gerar um impacto positivo ao adotar práticas de gestão mais humanizadas.

7 estratégias que podem virar o jogo

Agora que discutimos como a liderança impacta o bem-estar da equipe, é hora de explorar como ela também pode se tornar uma verdadeira guardiã da saúde mental dentro das empresas.

Confira as melhores estratégias a seguir:

1. Comunique-se abertamente

Incentivar uma comunicação clara e transparente é o caminho para construir vínculos mais fortes, promover a colaboração eficaz e reduzir as incertezas. 

Idealmente, líderes devem criar um espaço onde as pessoas colaboradoras se sintam à vontade para expressar suas preocupações, dúvidas e ideias, sabendo que serão ouvidas e respeitadas.

É importante que haja, ainda, momentos regulares para fornecer feedback construtivo, que contribua para crescimento pessoal e profissional de cada um.

2. Gerencie a carga de trabalho

É inegável que vivemos na era da produtividade. No entanto, como já discutido, uma carga de trabalho excessiva pode levar ao esgotamento e impactar negativamente a saúde mental de equipes inteiras.

É papel da liderança evitar que isso aconteça, assegurando que as tarefas sejam distribuídas de forma justa e com prazos de entrega realistas. 

Mais uma vez, a comunicação aberta se faz necessária para que o gestor consiga monitorar a carga de trabalho e oferecer suporte sempre que necessário.

3. Incentive o equilíbrio

Outra maneira eficaz de prevenir o esgotamento e proteger o bem-estar dos funcionários e funcionárias é promover um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.

Os líderes podem ajudar nisso estabelecendo limites claros que permitam às suas equipes desconectar verdadeiramente das demandas de trabalho após o expediente. Afinal, todos merecem ter tempo para descansar.

Também é importante incentivar que o time faça pausas regulares ao longo do dia e tirem as férias vencidas. 

4. Seja vulnerável

Quando a liderança demonstra vulnerabilidade, ela ajuda a criar um ambiente de trabalho mais acessível, onde as pessoas se sentem à vontade para compartilhar seus desafios e pensamentos.

Basicamente, uma liderança vulnerável é aquela que não tem medo ou vergonha de mostrar que também têm limitações, enfrenta dificuldades e comete erros.

Esse comportamento encoraja uma cultura mais autêntica e empática, onde todas as pessoas se sentem mais compreendidas e até mesmo pertencentes. 

5. Reconheça o esforço

Imagine sempre dar o seu melhor e nunca ser reconhecido por isso. Com o tempo, a tendência é que a sua motivação diminua, e que os sentimentos de desvalorização ou insegurança se instalem.

É justamente para evitar que isso aconteça na equipe que os líderes devem se empenhar em reconhecer e celebrar os esforços e conquistas de maneira regular e genuína.

Muitas vezes, um simples elogio público ou agradecimento podem fazer toda a diferença!

6. Promova o autocuidado

Embora as políticas de bem-estar sejam frequentemente lideradas pelo RH, a liderança da empresa também pode e deve apoiar as pessoas colaboradoras na adoção de práticas mais saudáveis.

Além de incentivar pausas regulares, é possível promover o autocuidado compartilhando informações sobre práticas de mindfulness ou reforçando os benefícios que a empresa oferece nessa frente.

Esse é o caso, por exemplo, dos programas de apoio psicológico e subsídios para atividades físicas.

7. Seja exemplo

Já ouviu aquele ditado que diz que “a palavra convence, mas o exemplo arrasta?”. Pois bem. 

Se você é um ou uma líder que está comprometido em impactar positivamente a saúde e o bem-estar da sua equipe, tenha em mente que adotar práticas saudáveis em sua própria vida certamente trará mais resultados. Líderes que praticam o que pregam tornam-se um modelo confiável ser seguido. Em outras palavras, demonstrar que você valoriza o próprio bem-estar ajuda a criar um ambiente onde a saúde mental é realmente uma prioridade.

Ao adotar as estratégias apresentadas aqui, os líderes têm a chance de não apenas melhorar a qualidade de vida das pessoas colaboradoras, mas também de impulsionar o desempenho e a eficiência no trabalho.

Afinal de contas, profissionais que estão com a saúde mental em dia têm a energia e o foco necessários para enfrentar desafios e contribuir de maneira significativa para os objetivos da empresa.

Sem contar, é claro, que empresas que promovem um ambiente de trabalho saudável conseguem reduzir os índices de absenteísmo, melhorar a retenção de talentos e fortalecer a marca empregadora.

Se você gostou deste conteúdo e deseja continuar por dentro das melhores práticas de gestão de pessoas, aproveite para assinar nossa newsletter. Nos vemos em breve!