Saúde mental no RH: como preservar o bem-estar dos profissionais da área
O departamento de Recursos Humanos é um dos grandes responsáveis por zelar pela saúde mental e física das pessoas colaboradoras. Mas, enquanto os profissionais da área se desdobram para dar conta das múltiplas tarefas envolvidas nesta missão, muitas vezes o próprio bem-estar e saúde mental no RH são negligenciados.
Segundo uma pesquisa inédita da Flash People, 90% dos profissionais de RH se sentem sobrecarregados em suas rotinas corporativas. Além disso, 64% deles afirmaram ter tido algum problema relacionado à saúde mental no último ano, incluindo ansiedade (41%), Burnout (4%) e depressão (3%).
Em meio a esse cenário alarmante, é crucial que as organizações se perguntem: como cuidar de quem cuida? Ao longo deste post, vamos trazer alguns insights capazes de ajudar a sua empresa a responder essa questão. Boa leitura!
Por que os profissionais de RH estão exaustos?
Antes de abordarmos as medidas práticas que podem ser adotadas a fim de promover a saúde mental no RH, precisamos contextualizar a realidade vivida por boa parte desses profissionais atualmente. Então vamos lá!
O primeiro fato a ser considerado é que a área de Recursos Humanos passou a assumir uma posição muito mais estratégica nos últimos anos.
Se no passado o departamento era visto apenas como um “resolvedor” de questões burocráticas, hoje ele desempenha um papel fundamental na atração, desenvolvimento e retenção do principal ativo das empresas.
Como consequência direta dessa mudança de paradigma, o RH passou a ter que lidar com novas demandas e complexidades, incluindo uma carga de trabalho substancial, que vai desde o recrutamento, treinamento e gerenciamento de desempenho até a administração de benefícios e resolução de conflitos.
Não por acaso, a pesquisa da Flash People, que mencionamos no início do post, identificou que 40% dos entrevistados ficam de oito a dez horas no trabalho e 5% ultrapassam as 10 horas diárias.
Somado a essa questão, os profissionais da área também vêm sendo constantemente pressionados para criar ambientes de trabalho mais diversos, inclusivos e equitativos, bem como para manter os melhores talentos na empresa em meio a um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Em meio a tantas demandas e à pressão para atender tanto às necessidades das pessoas colaboradoras quanto as das empresas, não é de se estranhar que muitos profissionais de RH estejam se sentindo exaustos – principalmente quando eles fazem parte de equipes enxutas.
Mas essa é apenas uma parte da história. Conforme mostrou o estudo conduzido pela Flash People, há muitos outros motivos que estão impactando na crescente sensação de sobrecarga da área, como:
- Necessidade de estar disponível o tempo todo (27%);
- Falta de ferramentas para gestão de pessoas (18%);
- Falta de reconhecimento (17%);
- Falta de apoio da liderança (14%).
Os impactos que a sobrecarga do RH pode causar
Como acabamos de ver, a sobrecarga do RH já é uma realidade. Por isso, não podemos deixar de alertar para as consequências negativas que ela pode trazer, não apenas para os profissionais da área, como também para as organizações e os demais funcionários e funcionárias que fazem parte delas.
A seguir, vamos listar os cinco impactos mais comuns:
- Esgotamento e estresse
A sobrecarga constante pode levar a altos níveis de estresse e esgotamento entre os membros da equipe de RH. Isso pode afetar negativamente a saúde mental deles, bem como a motivação e satisfação no trabalho.
- Baixo desempenho
Profissionais exaustos dificilmente conseguirão performar tão bem quanto poderiam. Em geral, a sobrecarga costuma resultar em erros, atrasos e falta de atenção aos detalhes.
- Gestão de pessoas ineficaz
O baixo desempenho do RH pode trazer, como consequência, a queda na qualidade do atendimento das necessidades das pessoas colaboradoras.
Além do mais, essa queda de performance também pode resultar, por exemplo, em contratações apressadas e menos criteriosas, o que tende a comprometer o funcionamento da organização como um todo.
- Aumento das taxas de absenteísmo e turnover
Os problemas de saúde mental no RH, causados pela sobrecarga de trabalho, tendem a levar a um aumento no absenteísmo e nas licenças médicas entre os talentos, o que agrava ainda mais a carga de trabalho da equipe.
Sem contar que, ao enfrentarem situações desgastantes de trabalho de maneira contínua, esses profissionais também são levados a buscarem oportunidades menos estressantes em outras organizações.
É importante considerar, também, que o atendimento deficiente das necessidades das pessoas colaboradoras pode impactar na satisfação geral. Sendo assim, não é raro que a sobrecarga e o baixo desempenho do RH também gerem aumento de rotatividade em outras áreas da empresa.
- Enfraquecimento da marca empregadora
Juntos, os problemas mencionados acima podem prejudicar a reputação da empresa entre as pessoas colaboradoras e no mercado de trabalho.
Quando a marca empregadora é enfraquecida, por sua vez, as organizações enfrentam mais dificuldades na hora de atrair e reter bons talentos.
Como cuidar do bem-estar desses profissionais?
Como mostramos acima, o bem-estar e a eficácia do departamento de RH são essenciais para o sucesso da empresa e para a satisfação dos funcionários e funcionárias.
Por isso, é fundamental que as organizações reconheçam e abordem a sobrecarga de trabalho entre os profissionais da área.
Se a sua empresa está comprometida em apoiar a saúde mental da equipe de RH e evitar os impactos que apresentamos no tópico anterior, eis algumas medidas que podem ajudar:
Atente-se para a carga de trabalho da equipe de RH
Quando os profissionais trabalham muitas horas por dia, sem pausas para descanso, é só uma questão de tempo para que o esgotamento aconteça. Sendo assim, é muito importante que as organizações estejam sempre atentas à carga de trabalho da área.
Se necessário, redistribua tarefas, contrate mais pessoal ou automatize processos repetitivos. Mas lembre-se, também, de incentivar os profissionais de RH a tirarem férias e a evitarem o excesso de horas extras.
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Defina prioridades claras
Por mais que existam muitas tarefas que estão sob a responsabilidade do RH, é importante que exista clareza sobre quais estratégias são mais importantes no momento – principalmente se o time for pequeno.
Esse planejamento ajuda a evitar a sensação de que tudo é urgente e, consequentemente, as jornadas exorbitantes de trabalho.
Promova o autocuidado
Incentive a equipe de RH a viver aquilo que eles propagam para as demais pessoas colaboradoras. Quando a área planeja ações voltadas para a saúde mental e o autocuidado, como forma de promover o bem-estar na empresa, eles também podem e devem participar!
Ao oferecer políticas de trabalho flexíveis, como o trabalho remoto ou híbrido, as organizações também garantem que esses profissionais tenham mais tempo livre para o descanso e lazer – dois elementos-chave da jornada de autocuidado.
Aposte em ferramentas e parcerias estratégicas
Outra excelente forma de reduzir a sobrecarga e priorizar a saúde mental no RH é investir em ferramentas de automação, que libere a equipe de tarefas administrativas repetitivas, e na contratação de empresas especializadas em áreas como recrutamento e seleção, treinamento de pessoas e desenvolvimento de liderança.
Em resumo, a adoção de recursos tecnológicos e o investimento em parcerias estratégicas podem aliviar a carga de trabalho do time de RH, melhorar a eficiência das operações e permitir que a equipe se concentre em atividades mais estratégicas e que agregam valor.
Lembrando que essas iniciativas não apenas beneficiam os profissionais da área, mas também contribuem para o sucesso da organização como um todo.
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