Cultura inclusiva para mães: impactos positivos e como incentivar
Você não precisa ir muito longe para perceber que o mercado de trabalho ainda tem muito a melhorar quando o assunto é criar uma cultura inclusiva para mães.
Um estudo de 2023, por exemplo, revelou que mais da metade das mulheres (56,4%) já foi demitida ou conhece outra mulher que foi desligada após voltar da licença-maternidade. Em contraste, apenas 5,5% foram promovidas.
Com a chegada do Dia das Mães, queremos fazer um convite especial para o RH: que tal aproveitar a data para refletir sobre essa realidade e agir de forma concreta para transformá-la?
Neste post, vamos te mostrar por que essa mudança é tão necessária – e, o mais importante, como colocar em prática estratégias que realmente apoiem as mães no trabalho!
Maternidade e carreira: principais desafios
Ser mulher no mercado de trabalho já é, por si só, um grande desafio. Mas, como vimos, as barreiras tendem a ficar ainda maiores com a chegada dos filhos.
A realidade é que muitas mães ainda lidam com preconceitos velados, falta de apoio e jornadas duplas (ou até triplas), que comprometem o desenvolvimento e a permanência delas nas empresas.
E, acredite, as dificuldades podem surgir antes mesmo da contratação: segundo a pesquisa que mencionamos, quatro em cada dez mulheres relatam já ter sofrido discriminação em processos seletivos apenas por falarem sobre a maternidade.
Situações como essa evidenciam que a ausência de políticas consistentes, que promovam a inclusão dessas profissionais, ainda é a realidade em muitas organizações. Porém, como veremos a seguir, há boas razões para mudar esse cenário.
Os impactos positivos de oferecer uma cultura inclusiva para mães
Essa não é a primeira vez que falamos sobre o poder da Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) por aqui.
Inclusive, temos uma Cartilha exclusiva sobre o tema, na qual mostramos como a promoção desses pilares pode transformar desde o clima organizacional até aumentar a produtividade, a inovação e o desempenho financeiro das empresas.
Um dos grandes motivos para esses resultados é a pluralidade de conhecimentos, vivências e perspectivas que pessoas de diferentes trajetórias trazem para a organização. E isso também vale, é claro, para mulheres que têm filhos.
Alguns estudos sugerem que, após se tornarem mães, essas profissionais desenvolvem habilidades que impactam positivamente o ambiente de trabalho, como o aumento da capacidade de:
- Lidar com múltiplas tarefas de forma eficiente, sabendo priorizar e manter o foco no que é mais importante em cada momento;
- Gerenciar as próprias emoções e agir com mais empatia, habilidades fundamentais para a construção de times colaborativos e saudáveis;
- Ser mais paciente, tolerante e perseverante na hora de enfrentar desafios e buscar soluções criativas para eles.
Ou seja, ao criar uma cultura inclusiva para mães, as organizações aumentam as chances de atrair e reter profissionais com características que são altamente valorizadas, pois melhoram a dinâmica das equipes.
Além disso, empresas que se destacam por seu compromisso com a inclusão ganham mais do que uma força de trabalho engajada.
Elas também melhoram sua reputação diante de diversos públicos, incluindo pessoas colaboradoras e candidatas, clientes, fornecedores, investidores e sociedade em geral.

O que uma cultura inclusiva para mães deve ter?
Agora que você já conhece os diferenciais competitivos que as mães podem trazer para o ambiente de trabalho, que tal conferir algumas ideias de como incentivar esse potencial na sua empresa?
A seguir, vamos apresentar os principais elementos que compõem uma cultura inclusiva para mulheres que têm filhos:
Licença parental estendida
A desigualdade de gênero muitas vezes começa quando, após o nascimento dos filhos, as mulheres têm entre quatro e seis meses de licença-maternidade, enquanto os pais, em geral, recebem uma licença muito mais curta.
Essa disparidade reforça a ideia equivocada de que as responsabilidades de cuidado são exclusivamente femininas, o que acaba sobrecarregando as mulheres por um período muito mais longo.
Ao ampliar a licença parental para ambos os pais, as empresas incentivam uma paternidade ativa e oferecem o tempo adequado para que todos se ajustem a essa nova fase de vida antes de voltarem ao trabalho.
Flexibilidade de horário e formato
A chegada de um filho traz ajustes inevitáveis na rotina da família. De repente, novas tarefas surgem, como a necessidade de levar e buscar a criança na escola ou acompanhá-la ao médico.
Especialmente no começo, oferecer flexibilidade de horário e opções de trabalho remoto pode ser fundamental para ajudar as mães a equilibrar suas responsabilidades pessoais e profissionais de maneira mais tranquila.
Esse apoio se torna ainda mais crucial para as mães solo, que carregam sozinhas a responsabilidade pelo cuidado e bem-estar dos filhos.
Ambientes de trabalho acolhedores
De nada adianta implementar políticas de apoio à maternidade se, no dia a dia, as mães se sentirem de alguma forma penalizadas por utilizá-las.
Tão importante quanto ter ações formais é garantir que essas profissionais sintam que podem contar com a compreensão de colegas e gestores.
Uma forma de trabalhar essa sensibilização é realizando treinamentos regulares sobre desafios de gênero e o poder da diversidade no ambiente de trabalho, reforçando a importância de uma cultura inclusiva junto a todas as pessoas colaboradoras.
Desenvolvimento de carreira igualitário
As oportunidades de ascensão devem ser as mesmas para todos os membros da equipe, independentemente de suas características individuais.
Na prática, isso significa garantir que as profissionais mães tenham acesso aos mesmos desafios, treinamentos, programas de mentoria e oportunidades de promoção que seus colegas.
Lembre-se: em uma empresa inclusiva, as decisões sobre crescimento e desenvolvimento não podem ser influenciadas por preconceitos relacionados à maternidade ou pela ideia de que as responsabilidades familiares impactam negativamente o desempenho profissional.
Benefícios exclusivos
Oferecer benefícios que atendam às necessidades específicas das mães é outra forma poderosa de mostrar apoio e cuidado a elas.
Entre eles, destacam-se planos de saúde que ofereçam cobertura especial para gestantes e cuidados infantis, além de programas de apoio à saúde mental.
Da mesma forma, benefícios corporativos como creches subsidiadas ou assistência para cuidados infantis podem aliviar significativamente as preocupações dessas mulheres, permitindo que elas se sintam mais seguras e focadas no trabalho.

Como vimos até aqui, profissionais que são mães trazem uma gama única de habilidades, como a capacidade de lidar com múltiplas responsabilidades, gerenciar emoções com empatia e perseverar diante de desafios.
Nesse sentido, implementar uma cultura inclusiva para elas não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia poderosa para as empresas que buscam reter talentos valiosos.
Se você quer aprender mais sobre como implementar essas boas práticas e fazer a diferença na vida de suas colaboradoras, convidamos você a baixar o nosso e-book sobre Maternidade e Mercado de Trabalho.
Nele, você encontrará ainda mais insights sobre como apoiar as mães em sua jornada profissional. Até mais!