Equidade: como melhorar a atração e retenção de profissionais com deficiência?

A diversidade, equidade e inclusão, antes palavrinhas pouco ditas nas empresas, agora se tornaram conceitos estratégicos dentro do mundo corporativo. Afinal, está cada vez mais claro que pessoas diferentes criam ambientes de trabalho com mais equidade, harmonia e inovação.   

Boa parte dos líderes já percebeu que times diversos possuem um potencial imenso. Mas, ainda assim, eles esbarram em um desafio comum: o de conseguir atrair e reter esses profissionais, especialmente aqueles que possuem alguma deficiência. 

Essa dificuldade se dá por diferentes motivos, indo desde a falta de alinhamento entre função e condição da Pessoa com Deficiência (PcD) até a falta de uma infraestrutura adequada para recebê-la.

Se a sua empresa se identificou com o cenário apresentado até aqui, está na hora de colocar algumas estratégias diferentes em ação.  E é justamente sobre elas que vamos falar ao longo deste post, acompanhe!  

Inclusão e equidade no mundo corporativo 

Os últimos anos evidenciaram que há uma vontade genuína por parte das empresas brasileiras em investir tanto na construção de equipes mais diversas quanto em ambientes de trabalho inclusivos. 

Prova disso é que, apenas entre 2020 e 2021, houve um aumento de 56% na divulgação de vagas de emprego voltadas para grupos de diversidade. Já os investimentos em inclusão, por sua vez, aumentaram em 78% de 2019 para 2020.

Embora os números sejam positivos, há ainda muito trabalho a ser feito. E o primeiro passo desta jornada é compreender o que de fato significa “incluir pessoas” e o que é a equidade em sua essência. 

Vamos começar, então, entendendo que a inclusão é a forma como as pessoas de um determinado grupo são acolhidas pela sociedade ou, neste caso mais específico, dentro de uma empresa.  

O ideal é que, ao chegarem, essas pessoas se sintam integradas e que não haja julgamentos e diferenciações. Dessa forma, a sensação de pertencimento irá surgir naturalmente e o acolhimento terá sido feito com excelência. 

Já a equidade ocorre quando há um conjunto de ações e medidas criadas com o objetivo de permitir o acesso de pessoas com necessidades específicas a todas as oportunidades disponíveis.  

Em outras palavras, ela é colocada em prática quando oferecemos as mesmas chances a todos, porém com adaptações feitas de acordo com as necessidades individuais de cada um.  

Por exemplo: todos deveriam poder concorrer em uma corrida com bicicletas. Mas, para que haja equidade, é fundamental que cada um possa usar o tipo de bike que melhor lhe atende – como uma bicicleta de três rodas, no caso de usuários de cadeiras de rosas.

Mas como atrair e reter este público?

Na maioria das vezes, o processo seletivo marca o primeiro contato que o colaborador terá com a empresa. Sendo assim, é fundamental que ele seja muito bem conduzido e que todo o time de R&S esteja alinhado com o objetivo da organização de ser diversa e inclusiva. 

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Uma das preocupações que o RH deve ter é com a eliminação de preconceitos sociais que possam vir a atrapalhar a contratação do novo colaborador, mesmo que de forma inconsciente. 

Sabendo que isso ainda é algo desafiador para muitos recrutadores, listamos algumas dicas que podem contribuir com a atração de PcDs para as vagas da sua empresa:  

  1. Procure canais de divulgação variados para alcançar diferentes públicos. Inclusive, existem sites que divulgam vagas apenas para PCDs.
  2. Descreva a vaga de modo a incluir e não excluir, deixando claro que a vaga é para mulheres, homens e também aberta a pessoas com deficiência. Usar uma linguagem inclusiva de gênero é uma boa opção. 
  3. Faça uma análise de currículos inclusiva, focando na educação e experiências profissionais ao invés de focar nos dados pessoais. Outra opção é abrir vagas de ações afirmativas, ou seja, voltadas exclusivamente para esse público. 
  4. Crie um ambiente acolhedor para o processo de seleção, que pode ser demonstrado por ter acesso facilitado ou por ter um tradutor de libras, por exemplo. 
  5. Construa uma Employer Branding que evidencie a importância dada às ações de DE&I. Se a sua empresa for conhecida no mercado como um bom local de trabalho para PcDs, isso aumentará as chances dela de atrair novos colaboradores deste grupo.

Colocando essas dicas em prática, sua organização passará a mensagem de que se preocupa com a experiência dos candidatos e que está aberta para todos os perfis de profissionais, independentemente de como eles são! 

E depois que eles já estão “na casa”, como reter as pessoas com deficiência? 

Após a seleção, é preciso que a boa impressão seja mantida. Então, prepare-se! Tenha um time alinhado para a recepção desses novos colaboradores e garanta que o acesso físico e as ferramentas tecnológicas necessárias serão garantidos.  

Normalmente, este é o papel do time de desenvolvimento pessoal ou de treinamento, dentro do escopo do RH. Seja qual for a realidade da sua empresa, esteja atento a alguns cuidados essenciais:

  1. Treine as pessoas que estarão à frente da integração, já que os vieses inconscientes estão grudados em tudo e todos. Ajude seu time a se livrar do preconceito, mesmo aqueles que não são facilmente identificáveis; 
  2. Adapte não apenas a sua estrutura física, mas também a cultura organizacional. Para isso, garanta a equidade das oportunidades internas e tenha um olhar mais adequado nas comunicações feitas dentro da empresa; 
  3. Crie um canal de denúncias ou uma ouvidoria interna. Essa ferramenta ajudará o RH a mapear qualquer problema que as PcDs poderão vir a encontrar na empresa, como intimidação e preconceito;
  4. Promova ações e eventos voltados para as temáticas de DE&I. Isso contribuirá com a conscientização dos colaboradores da empresa de forma geral e com a construção de um ambiente de trabalho mais agradável e seguro para todos.

Essas são dicas bastantes práticas que apoiarão a chegada tanto de pessoas com deficiência, quanto de outros profissionais que se enquadrem em grupos historicamente minorizados, como mulheres, negros e pessoas LGBTQIAP+. 

Lembre-se: a liderança também deve contribuir com a manutenção da DE&I

Já ouviu falar que é mais legal ser/ter um bom líder do que um gestor? Pois bem, é ainda melhor ter um líder inclusivo do que apenas um líder! A liderança inclusiva irá garantir um tratamento com equidade para todos os integrantes da equipe. 

Dito isso, veja algumas orientações que o RH pode e deve reforçar junto às lideranças da empresa:

  1. Escute sua equipe e as ideias que nascem dela;
  2. Contribua com o time, dando direcionamentos e incorporando, de fato, o conceito de “líder”; 
  3. Estimule a criatividade, a inovação e a busca pelo propósito da empresa, pois se essa pessoa passou no processo seletivo e escolheu essa organização, os objetivos tendem a serem parecidos; 
  4. Dê valor à pluralidade, ou seja, valorize as diferentes formas de ser que existem em sua equipe; 
  5. Não deixe que seus vieses inconscientes impeçam você de se conectar com algum membro do time. 

Viu, só? Parecem pontos simples, mas muitas vezes eles acabam caindo em esquecimento. É por isso que a parceria entre o RH e os gestores da empresa faz toda a diferença!

Considerações finais

Um grupo de colaboradores que pensa e vive igual dificilmente desenvolverá soluções criativas e inovadoras. A tendência é que ocorra justamente o contrário, ou seja, que a mesmice tome conta do ambiente. 

Evitar que isso aconteça é uma das principais vantagens que um time diverso pode proporcionar. Por isso, investir e buscar melhorar nesse aspecto nunca será esforço desperdiçado! Gostou deste conteúdo e quer continuar aprendendo sobre ele? Então baixe agora mesmo a nossa Cartilha sobre Diversidade e Inclusão!

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