O papel do DHO na construção da cultura organizacional inclusiva
O Dia Internacional da Luta contra a LGBT+fobia, celebrado em 17 de maio, é uma data importante para as organizações comprometidas em cultivar uma cultura organizacional inclusiva.
Isso porque, mais do que um marco simbólico, ela reforça a urgência em promover ambientes de trabalho seguros e acolhedores para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Para apoiar as empresas nessa jornada, hoje vamos falar sobre como a área de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) pode e deve assumir um papel estratégico nessa construção.
Vamos lá?
LGBT+fobia e mercado de trabalho: cenário atual
Nos últimos anos, o Brasil testemunhou um avanço significativo das pautas da comunidade LGBTQIAPN+ — sigla para pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, intersexo, assexuais, pansexuais, não-binárias e outras identidades.
Em 2011, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união homoafetiva como uma entidade familiar. Já em 2015, o mesmo órgão autorizou a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, garantindo mais um passo rumo à igualdade de direitos.
Apesar dessas conquistas no campo jurídico e social, o mercado de trabalho ainda representa um terreno repleto de desafios para a população LGBTQIAPN+.
Dados de pesquisas recentes mostram que, embora 15,5 milhões de brasileiros pertençam à comunidade, eles ocupam apenas 4,5% dos postos de trabalho. E, quando olhamos para as pessoas trans, essa porcentagem não chega a 0,5%.
Vale dizer que as dificuldades não se limitam à busca por oportunidades. Uma vez contratados, muitos desses profissionais ainda enfrentam ambientes hostis, com episódios de preconceito, piadas discriminatórias, exclusão social e até assédio.
Tanto é que, segundo um levantamento feito pela consultoria Travessia, 53% das pessoas que fazem parte da comunidade LGBT+ e que estão no mercado de trabalho conhecem alguém que tenha sofrido preconceito no ambiente corporativo.
Em paralelo, metade dos entrevistados afirmou que as lideranças das empresas não demonstram um comprometimento genuíno com a criação e manutenção de uma cultura organizacional inclusiva para essa população.
A importância de combater a LGBT+fobia nas empresas
Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que a homofobia, bifobia e transfobia são considerados crimes no Brasil desde 2019.
Isso significa que as empresas podem ser responsabilizadas legalmente quando esses atos são cometidos dentro de suas dependências. Mas essa não é a única motivação para combater a LGBT+fobia no mundo corporativo.
Além das implicações legais, promover o respeito à diversidade e construir ambientes de trabalho inclusivos é uma maneira eficaz de fortalecer a cultura organizacional, aumentar o engajamento das equipes e impulsionar a produtividade.
Afinal, quando as pessoas se sentem seguras para ser quem realmente são, elas se conectam mais com o trabalho e se tornam mais dispostas a contribuir com seu potencial máximo para o negócio.
De quebra, as empresas que se comprometem com a causa também fortalecem a reputação da marca em um mercado cada vez mais atento às práticas de responsabilidade social e à coerência entre discurso e ação.

DHO como aliado da causa LGBTQIAPN+: por onde começar?
Por falar em coerência entre discurso e prática, vamos ao que realmente importa: para construir uma cultura organizacional inclusiva para a comunidade LGBTQIAPN+, as empresas precisam agir de maneira consistente.
Entre as áreas que podem liderar esse movimento, está a de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO), um subsistema do RH exclusivamente dedicado ao crescimento das pessoas colaboradoras e à manutenção da cultura.
Uma das principais responsabilidades dessa área é promover ações contínuas de Treinamento & Desenvolvimento (T&D). E é justamente aí que entra em cena uma grande oportunidade de transformação.
Ao estruturar iniciativas de T&D voltadas para a Diversidade e Inclusão (D&I), o DHO tem o poder de educar as lideranças e as equipes sobre os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+, desconstruir estigmas e promover uma mudança de comportamento.
Entre alguns dos temas a serem abordados nesses treinamentos, estão:
- Conceitos básicos sobre identidade de gênero e orientação sexual;
- Boas práticas para a construção de ambientes inclusivos;
- Prevenção à discriminação e ao assédio;
- Vieses inconscientes;
- Comunicação respeitosa e uso de pronomes corretos;
- O papel das lideranças na promoção da equidade.
Outras iniciativas que fazem a diferença
Além de atuar em T&D, o DHO também pode ser protagonista em outras frentes que sustentem uma cultura organizacional inclusiva.
Isso inclui apoiar a criação de rituais que reforcem os valores da organização, além de colaborar na formulação de políticas e práticas que tornem o ambiente de trabalho mais acolhedor para toda a equipe.
Alguns exemplos incluem:
- Rodas de conversa sobre diversidade, que promovam a escuta ativa e a troca de experiências;
- Campanhas de comunicação interna com depoimentos de pessoas colaboradoras LGBTQIAPN+;
- Revisão de processos seletivos para garantir critérios mais inclusivos;
- Criação de canais seguros para denúncias de LGBT+fobia e outras formas de discriminação;
- Criação de grupos de afinidade que dêem voz a essas pessoas dentro da empresa.
Um compromisso que deve ser contínuo
É importante lembrar que essas iniciativas não devem se restringir a ações pontuais, como aquelas realizadas em datas simbólicas — a exemplo do já citado Dia Internacional da Luta contra a LGBT+fobia.
Embora essas datas desempenhem um papel importante na conscientização, a verdadeira transformação ocorre quando o enfrentamento da discriminação e do preconceito se torna parte do DNA da organização.
Ou seja, quando a promoção da inclusão se reflete de maneira constante no cotidiano da empresa, seja nas práticas diárias, no comportamento das lideranças ou na forma como as pessoas colaboradoras interagem entre si.
Lembrando, é claro, que a manutenção de uma cultura organizacional inclusiva exige constante reflexão, aprendizado e evolução.
É essa consistência que irá gerar resultados duradouros e, o mais importante, um ambiente onde todas as pessoas possam se sentir seguras e pertencentes.
Fortaleça suas iniciativas de DHO com o Trilhando+
Agora que você já conhece o papel do DHO na construção da cultura organizacional inclusiva, queremos te apresentar também o Trilhando+, uma jornada completa para empresas que reconhecem a importância do desenvolvimento contínuo.
Nossos serviços incluem:
- Levantamento das necessidades de treinamento;
- Mapeamento da cultura de inclusão;
- Implementação de Programas de D&I;
- Condução de treinamentos focados em letramento e sensibilização dentro dos pilares de Diversidade, Equidade e Inclusão.
Vale dizer que nossas capacitações são desenvolvidas pela equipe de consultoria da MetaRH e adaptadas às necessidades de cada time e nível hierárquico, desde lideranças a pessoas colaboradoras de linha de frente.
Então, já sabe: se você está comprometido em transformar sua empresa em um ambiente verdadeiramente inclusivo e diversificado, o Trilhando+ é o parceiro ideal para essa jornada.
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