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Paternidade ativa: como as empresas podem apoiar?

Você sabia que, das 2,5 milhões de crianças nascidas no Brasil em 2023, mais de 170 mil foram registradas apenas em nome da mãe? Esses dados, obtidos pelo Portal da Transparência do Registro Civil, reforçam a importância de falarmos sobre paternidade ativa.

O não reconhecimento da paternidade é um exemplo claro de como o cuidado com os pequenos ainda recai sobre as mulheres. Mas ele não é o único. Mesmo nos contextos em que o pai está presente, muitas vezes seu papel se restringe ao sustento financeiro.

Com o dia 11 de agosto se aproximando, queremos propor uma reflexão sobre a necessidade de ampliar o envolvimento dos pais na criação dos filhos e, sobretudo, como as organizações podem desempenhar um papel ativo nesta transformação! Vamos juntos?

O que é a paternidade ativa?

Segundo definição do Ministério da Saúde, a paternidade ativa engloba o cuidado físico e emocional que os pais dão aos seus filhos.

Em outras palavras, esse movimento propõe o envolvimento pleno e equilibrado do pai no cuidado e educação das crianças, compartilhando todas as responsabilidades desta criação com a mãe e sendo uma figura de apoio constante.

Na prática, esse envolvimento possibilita uma melhor qualidade de vida e a criação de vínculos afetivos mais fortes e saudáveis para todos os membros da família.

Contexto da paternidade no Brasil e no mundo

O conceito de paternidade ativa é relativamente novo e surgiu como uma resposta a um problema antigo: a limitação (ou até mesmo a completa ausência) da participação masculina na criação dos filhos.

Culturalmente, a figura paterna é fortemente associada ao papel de provedor. Tanto que, segundo dados do IBGE, estima-se que as mulheres dedicam 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos e ao cuidado de pessoas (em sua maioria, crianças).

Esse entendimento enraizado de que o cuidado com os filhos é uma responsabilidade prioritariamente das mulheres leva a outro problema significativo, que já mencionamos antes: milhares de crianças no Brasil possuem certidões de nascimento com pai ausente.

Em paralelo, ele também compromete o avanço da equidade de gênero. Afinal, a sobrecarga que muitas mulheres enfrentam atualmente limita suas oportunidades de desenvolvimento profissional, inclusive afastando-as dos cargos de liderança. 

O movimento da paternidade ativa surge neste contexto, como uma forma de minimizar esse ciclo de desigualdade que afeta a sociedade como um todo. Sem contar que pais presentes também beneficiam fortemente a vida de seus filhos. 

A mudança cultural é gradual, mas essencial para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e amorosa.

Por que sua empresa deve apoiar a paternidade ativa?

Como vimos, a paternidade ativa pode trazer muitos ganhos para a dinâmica familiar. Porém, apoiar esse movimento também pode transformar o dia a dia das empresas.

De modo geral, organizações que estimulam a participação dos pais na criação dos seus filhos tendem a:

  • Avançar nas pautas de diversidade, equidade e inclusão;
  • Aumentar a satisfação, atração e retenção de talentos;
  • Melhorar o foco e o desempenho das equipes no trabalho;
  • Ser um exemplo positivo na comunidade;

Construir uma reputação corporativa mais sólida.

Como fazer parte desta construção?

Agora que você já sabe o que é a paternidade ativa e por que ela importa, chegou a hora de entender o que as organizações podem fazer para de fato apoiá-la.

Confira, a seguir, algumas sugestões:

  1. Licença-paternidade estendida

Atualmente, a legislação trabalhista brasileira prevê uma licença de cinco dias aos homens que acabaram de ter filhos. No entanto, para empresas cadastradas no programa Empresa Cidadã, esse prazo pode ser estendido para 20 dias.

A fim de permitir que os pais passem mais tempo com seus filhos nos primeiros meses de vida, promovendo um vínculo mais forte e uma participação mais significativa na criação, muitas empresas têm oferecido a licença-paternidade estendida como um benefício.

Desde 2021, por exemplo, o Grupo Boticário conta com a Licença Parental Universal, que confere 120 dias de licença 100% remunerada para os homens, casais homoafetivos e pais de filhos não consanguíneos, e licença de 180 dias para pessoas que gestam. 

  1. Flexibilidade de horário e formato de trabalho

Permitir que os pais ajustem suas jornadas de trabalho e escolham como e onde realizam suas atividades profissionais, desde que atendam às suas responsabilidades e metas, é outra maneira de apoiar a paternidade ativa.

Na prática, essa é uma iniciativa que ajuda as pessoas colaboradoras a equilibrarem suas responsabilidades familiares, como cuidados com os filhos, com suas obrigações profissionais.

  1. Apoio psicológico 

Conciliar a carreira com o cuidado dos filhos não é uma tarefa fácil, mesmo quando as responsabilidades são compartilhadas de maneira igualitária. 

Soma-se a isso o fato de que muitos homens cresceram em uma cultura que desencoraja a demonstração de afeto e vulnerabilidade.

Para apoiá-los na superação desses desafios, é válido que as empresas ofereçam apoio psicológico e emocional no ambiente de trabalho. 

Isso pode incluir desde o acesso a serviços de aconselhamento e terapia até a promoção de palestras sobre temas como gerenciamento do estresse.

  1. Campanhas de conscientização

Como mostramos antes, o amplo envolvimento dos pais na criação dos seus filhos é um movimento relativamente novo. Portanto, muitos homens não fazem ideia de como começar a implementá-lo em suas vidas.

As campanhas de conscientização são essenciais nesse contexto, já que cumprem com o objetivo de educar e orientar os colaboradores sobre a importância e as práticas da paternidade ativa. 

Elas podem incluir desde a distribuição de materiais educativos até a organização de palestras e rodas de conversa sobre o assunto. 

Compartilhar histórias inspiradoras de pais que já praticam a paternidade ativa também é uma excelente forma de motivar os demais a seguirem o mesmo caminho.

  1. Celebração da paternidade

Por último, mas não menos importante, as organizações também podem criar um ambiente de trabalho onde a paternidade seja reconhecida e celebrada. O Dia dos Pais, que acontece no dia 11 de agosto, oferece uma ótima oportunidade para colocar isso em prática. 

Felizmente, há muitas maneiras de comemorar essa data. Entre elas, destacam-se:

  • Organizar um café da manhã ou almoço especial para os pais do time;
  • Planejar atividades interativas, como jogos e desafios, que os pais possam participar junto com seus filhos;
  • Permitir que os filhos visitem o local de trabalho para participar das comemorações e ver onde seus pais trabalham;
  • Presentear os funcionários que são pais com vouchers para atividades familiares ou objetivos personalizados;
  • Enviar mensagens personalizadas para todos os pais da empresa, parabenizando-os pela data;
  • Usar as redes sociais corporativas para postar mensagens públicas de agradecimento e reconhecimento;
  • Promover rodas de conversa ou grupos de discussão para incentivar o diálogo e a troca de conselhos sobre paternidade.

Embora o Dia dos Pais seja uma data propícia para abordar a paternidade ativa, é importante lembrar que essa é uma pauta que precisa ser incentivada o ano inteiro. Afinal, somente a constância trará mudanças significativas.

Sua empresa está comprometida em promover a diversidade e inclusão de forma genuína? Então, conte com a METARH nesta jornada. Estamos aqui para ajudá-lo a iniciar ou mesmo dar continuidade ao seu plano de DE&I.

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