Revenge quitting: conheça o movimento que deve crescer em 2025
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Revenge quitting: conheça o movimento que deve crescer em 2025

Depois do quiet quitting e do rage applying conquistarem os holofotes, 2025 promete trazer um novo movimento para o centro das atenções: o revenge quitting.

Essa tendência é puxada principalmente pela Geração Z e surge como um reflexo da insatisfação com o ambiente de trabalho.

Quer entender o que está por trás desse comportamento, seus impactos para empresas e pessoas colaboradoras e, claro, como enfrentá-lo? Então, vem com a gente!

O que é o revenge quitting?

Em uma tradução livre, revenge quitting significa “demissão por vingança”.

Sendo assim, essa tendência parte da decisão de mudar de trabalho como uma forma de “dar o troco” em empresas ou líderes que não atenderam às expectativas.

Os protagonistas do movimento são as pessoas nascidas entre 1997 e 2010, a chamada Geração Z. Assim como o quiet quitting (desistência silenciosa) e o rage applying (candidatura motivada pela raiva), o revenge quitting reflete as novas dinâmicas de trabalho, onde flexibilidade, propósito e reconhecimento se tornam prioridades.

O que está alimentando esse fenômeno?

A demissão por vingança é alimentada, sobretudo, pela insatisfação em relação às condições de trabalho. Porém, as razões por trás desse descontentamento podem variar bastante.

Em resumo, os motivos mais comuns do revenge quitting incluem:

Toxicidade do ambiente de trabalho

Relações interpessoais conflituosas, microgerenciamento, sobrecarga de trabalho e comportamentos abusivos são alguns dos aspectos que criam um ambiente insustentável, alimentando a cultura do Burnout.

Saúde Mental

Não cumprimento de promessas

Benefícios, promoções ou condições acordadas que não se concretizam tendem a gerar grandes frustrações.

Desconexão com a liderança

Lideranças distantes, despreparadas ou autoritárias dificultam a construção de um relacionamento de confiança e colaboração.

Falta de flexibilidade

A ausência de opções como trabalho remoto e horários flexíveis vai na contramão das demandas atuais dos profissionais, o que pode levar à desmotivação.

Falta de reconhecimento e oportunidades de crescer

Os talentos de hoje estão cada vez mais em busca de empresas que valorizem o reconhecimento e proporcionem oportunidades contínuas de crescimento e desenvolvimento.

Ausência de propósito

Por fim, trabalhar apenas “por trabalhar”, sem alinhamento com valores ou metas pessoais, tende a dificultar a conexão com a empresa e levar a um quadro de insatisfação.

Principais implicações do revenge quitting

Assim como as tendências anteriores, o revenge quitting traz consequências para todos os envolvidos. Para facilitar o entendimento, vamos abordar cada grupo separadamente!

Impactos para as pessoas colaboradoras

Sob a ótica da Geração Z, o revenge quitting pode ser uma faca de dois gumes.

Por um lado, ele é visto como uma oportunidade de promover mudanças positivas na carreira, ao se afastar de um ambiente tóxico ou desmotivador e buscar condições que tragam mais satisfação e propósito.

Por outro, essa decisão, principalmente se tomada de forma impulsiva, pode afetar a estabilidade financeira e até a reputação profissional. 

Embora existam momentos em que uma demissão imediata seja necessária, é sempre bom planejar esse passo com cautela, para garantir que ele realmente traga os resultados desejados.

Impactos para as organizações

Já para as empresas, deixar de se atentar para esse movimento e buscar maneiras de minimizá-lo pode ter sérias implicações, tais como:

  • Perda de talentos valiosos;
  • Dificuldade para atrair novos (as) profissionais;
  • Elevação dos custos envolvidos no recrutamento e treinamento de novas pessoas colaboradoras;
  • Queda na motivação e engajamento da equipe restante;
  • Comprometimento da continuidade dos projetos e da produtividade;
  • Perpetuação de um ambiente de insegurança e desconfiança.

Como encontrar um meio de caminho?

De acordo com especialistas em mercado de trabalho, a demissão por vingança deve alcançar o pico em 2025

Isso, é claro, impõe novos desafios para o RH e para as lideranças, que precisarão buscar maneiras de mitigar os impactos do revenge quitting.

Confira, a seguir, algumas ações que podem ser bem-vindas nesse contexto:

  1. Abra espaço para o diálogo

Profissionais que têm um espaço para expressar suas preocupações, necessidades e opiniões, e que são informados com clareza sobre as decisões da empresa, sentem-se mais seguros e pertencentes.

  1. Prepare as lideranças 

Líderes bem preparados, que saibam liderar com empatia, respeito pelas individualidades e inteligência emocional, são a chave para prevenir conflitos e promover um ambiente de trabalho mais positivo.

  1. Revisite as políticas de flexibilidade

Como vimos acima, a flexibilidade tornou-se uma prioridade para muitos profissionais.

Inclusive, 92% dos trabalhadores brasileiros estariam dispostos a abrir mão de parte de seu salário para garantir um ambiente de trabalho mais flexível.

Em outras palavras, para atrair e reter talentos, pode ser necessário repensar as políticas atuais, oferecendo opções de trabalho remoto ou híbrido que atendam às novas expectativas.

  1. Aposte em programas de reconhecimento

Segundo uma pesquisa publicada com exclusividade pela Você RH, a falta de reconhecimento pode aumentar o risco de demissões em até cinco vezes.

Ou seja, as ações com esse objetivo podem e devem ser vistas como uma estratégia para diminuir o desejo de deixar o emprego como forma de vingança.

  1. Invista no desenvolvimento contínuo

Investir em treinamentos, cursos e planos de desenvolvimento individuais não só melhora as habilidades da equipe, mas também demonstra que a empresa se importa com o progresso dela.

Na prática, essas medidas favorecem o engajamento e a felicidade no trabalho.

  1. Previna o Burnout 

Pelo visto, a busca por promover mais saúde e bem-estar no trabalho não deve sair tão cedo do radar das organizações. 

Implementar estratégias para evitar o esgotamento e combater comportamentos tóxicos desponta como uma das principais formas de aliviar a pressão sobre as pessoas colaboradoras e reduzir a rotatividade.

  1. Monitore a satisfação da equipe

Realizar pesquisas de satisfação internas e manter um acompanhamento regular sobre o bem-estar do time também são medidas indispensáveis. 

Por meio dessas avaliações, as empresas conseguem entender as necessidades reais dos talentos e, assim, tomar decisões informadas para aprimorar a experiência deles no trabalho.

O revenge quitting é um movimento que promete crescer em 2025, e as dicas que compartilhamos aqui podem ser o pontapé inicial para transformar o ambiente de trabalho e minimizar seus impactos.

No entanto, como este é um fenômeno ainda em crescimento, é válido seguir monitorando seus desdobramentos de perto, a fim de entender como ele afetará as dinâmicas corporativas.

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