Upskilling e reskilling em tecnologia: por que investir agora?
A falta de talentos em TI é um desafio que ronda o mercado de trabalho há alguns anos. Para superar essa lacuna, muito tem se falado sobre a adoção de estratégias de upskilling e reskilling em tecnologia.
Ambas as iniciativas têm se mostrado indispensáveis para preparar profissionais diante das constantes transformações do setor. Aliás, o próprio Fórum Econômico Mundial já alertou para a necessidade urgente de melhorar a qualificação da força de trabalho global.
Neste post, vamos explorar mais a fundo o que significam essas duas estratégias, seus benefícios e, principalmente, o papel do RH na formação dos talentos de TI do futuro!
Os desafios por trás da escassez de talentos em TI
Como vimos no artigo sobre Recrutamento Tech, o Brasil entrou em 2025 enfrentando um déficit estimado de meio milhão de profissionais da Tecnologia da Informação, segundo as previsões do Google for Startups.
Essa lacuna reflete, em grande parte, o crescimento acelerado da transformação digital. Afinal, a digitalização e o surgimento de novas ferramentas avançam em um ritmo muito mais rápido do que a capacidade do mercado de formar e qualificar pessoas.
Além disso, a competitividade global por talentos torna o cenário ainda mais desafiador, já que profissionais qualificados são disputados não só por empresas nacionais, mas também por organizações internacionais.
Diante desse cenário, não basta apostar apenas em boas práticas de recrutamento e seleção de talentos, como o Hunting. É igualmente importante olhar para dentro da organização e investir no desenvolvimento contínuo de quem já faz parte do time.
Os focos da vez para alcançar esse objetivo são as estratégias de upskilling e reskilling em tecnologia, que têm ganhado destaque por sua capacidade de preparar profissionais para os desafios atuais e futuros da tecnologia. A seguir, vamos explicar melhor cada uma delas.
O que é o upskilling?
O upskilling, ou qualificação, é o processo de aprimorar e atualizar as habilidades de uma pessoa dentro de sua área de atuação, permitindo que ela acompanhe as mudanças do mercado e desempenhe suas funções com excelência.
Imagine um desenvolvedor que domina uma linguagem de programação específica. Ele pode fazer um upskilling para aprender técnicas avançadas de inteligência artificial (IA) ou cloud computing, ampliando sua capacidade de contribuir para projetos mais estratégicos.
Entre as estratégias de desenvolvimento que costumam ser usadas nesse processo, destacam-se treinamentos especializados, cursos online, workshops, mentorias e programas internos de capacitação.
O que é o reskilling?
Já o reskilling é o processo de requalificação profissional, em que a pessoa colaboradora aprende novas habilidades para assumir funções diferentes daquelas que já desempenha hoje.
Essa estratégia tem como objetivo principal adaptar a força de trabalho às mudanças do mercado e às transformações internas da empresa, especialmente quando novas funções vão surgindo e outras vão perdendo espaço devido à evolução tecnológica.
No contexto de TI, por exemplo, um profissional que atua com suporte técnico pode passar por um reskilling para se tornar um analista de dados, adquirindo conhecimentos em linguagens de programação específicas e ferramentas de análise.
Assim, além de ampliar seu campo de atuação, a pessoa colaboradora se mantém relevante para as novas necessidades da organização, que, por sua vez, consegue aproveitar melhor seu potencial.
Entre os métodos de desenvolvimento utilizados nessa jornada, também estão os treinamentos, cursos técnicos e até mesmo projetos internos que possibilitam o aprendizado prático.
Como o RH pode apoiar o upskilling e reskilling em tecnologia?
Uma das responsabilidades centrais do RH é garantir que os talentos – tanto os de TI quanto os de outras áreas – estejam preparados para os desafios atuais e futuros.
Como vimos, as ações de desenvolvimento são o caminho para isso, com destaque para as estratégias de upskilling e reskilling.
Para implementar um projeto eficaz nessa área, aqui estão alguns dos passos que o RH deve seguir:
- Mapear competências atuais e futuras
Antes de qualquer ação, é preciso entender o ponto de partida e o ponto de chegada. Isso significa:
- Mapear as competências que a equipe de TI já tem hoje;
- Identificar as habilidades que serão necessárias frente às transformações do mercado e da própria empresa.
Essa análise deve considerar tanto as exigências técnicas quanto as comportamentais. Afinal, os profissionais de Tecnologia também precisam desenvolver competências como comunicação, colaboração, pensamento crítico e adaptabilidade.
- Diagnosticar as habilidades em falta
Com o mapeamento em mãos, o próximo passo é identificar as lacunas de competências.
Para isso, o RH deve se perguntar: onde estão os maiores gaps entre o que as pessoas colaboradoras sabem fazer hoje e o que precisarão dominar no futuro?
A resposta pode ser obtida com a ajuda de diferentes instrumentos, como avaliações de desempenho, feedbacks das lideranças, entrevistas estruturadas e testes técnicos.
- Apoiar a elaboração de PDIs
A próxima etapa é orientar líderes e pessoas colaboradoras na construção de Planos de Desenvolvimento Individuais (PDIs), que facilitem o desenvolvimento das competências desejadas.
Em geral, esses planos ajudam a estruturar o crescimento profissional com metas claras, prazos definidos e ações concretas, sempre alinhando os objetivos de carreira dos talentos às necessidades da organização.
- Oferecer os recursos necessários
Mais do que identificar e planejar, o RH precisa garantir que os recursos para o desenvolvimento estejam disponíveis.
Isso pode incluir acesso a cursos, treinamentos, plataformas de aprendizagem, mentorias internas, bolsas de estudo e tempo dedicado ao aprendizado dentro da jornada de trabalho.
- Medir resultados e ajustar a estratégia
Por fim, é fundamental acompanhar os resultados das ações implementadas e manter um olhar atento às próximas transformações do mercado.
Isso significa medir tanto o progresso individual quanto o impacto coletivo no desempenho da área e da empresa, por meio de indicadores como:
- Nível de engajamento nos treinamentos;
- Evolução nas trilhas de aprendizagem;
- Ganhos de produtividade;
- Retenção de talentos;
- E feedbacks.
Além disso, como o cenário tecnológico está em constante evolução, o RH precisa revisar e atualizar periodicamente suas estratégias de desenvolvimento e as habilidades que serão demandadas.
O que faz sentido hoje pode não ser mais relevante daqui a seis meses. Por isso, a flexibilidade e a cultura de melhoria contínua são essenciais para garantir que os programas de upskilling e reskilling se mantenham relevantes.
Mais do que uma resposta à escassez de talentos, investir em upskilling e reskilling em tecnologia é uma estratégia essencial para garantir a sustentabilidade e a inovação das empresas no longo prazo.
Mas é importante lembrar que esse olhar atento para as competências certas deve começar ainda no processo seletivo, buscando identificar pessoas candidatas com potencial de crescimento, alinhamento cultural e disposição para o aprendizado contínuo.
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